Se a Amazônia acabar de fato, não há de ser por falta de vigilância. Uma organização de pesquisas de Belém lançou este mês o primeiro sistema independente para monitorar o desmatamento em tempo real, por meio de imagens de satélite. A idéia é ter informações sobre a devastação da floresta disponíveis na internet e atualizadas todo mês, não só para diagnosticar a situação da floresta, mas também para prever desmatamentos futuros.
O SAD - Sistema de Alerta de Desmatamento, como foi batizada a ferramenta, é uma criação de uma equipe do IMAZON - Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia. Ele deve permitir o cálculo mensal da área devastada na região Norte, uma cifra que o governo brasileiro hoje só divulga uma vez por ano - o último dado oficial, referente a 2004-2005, saiu este mês, confirmando uma queda prevista de 31,5% na taxa de destruição.
"Assim como a inflação, que tem vários índices, esperamos ter o dado mensal do desmatamento como um indicador a mais", compara Adalberto Veríssimo, pesquisador do Imazon e um dos criadores do SAD.
A analogia é mais do que justificada. Afinal, o que os números do desmatamento divulgados anualmente pelo INPE - Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais medem é a perda de um ativo econômico, cujo valor - em forma de seu estoque de carbono, vital para a regulação do clima - agora começa a ser reconhecido pelo governo.
Foi justamente para monitorar as emissões de carbono causadas pelo desmatamento que o SAD foi concebido, com uma doação de R$ 200 mil da Fundação Packard. "Nós precisávamos de um sistema independente de acompanhamento, porque os dados do Deter não tinham muita regularidade", diz Carlos Souza Jr., que desenvolveu a metodologia de processamento de imagens do sistema do Imazon.
O DETER é o sistema de detecção do desmatamento em tempo real do governo, criado pelo INPE a pedido do Ministério do Meio Ambiente. Ele usa imagens da NASA disponibilizadas pelos Satélites Americanos MODIS para monitorar a floresta e guiar a fiscalização do IBAMA sobre desmates ilegais.
Este Dedo Duro Independente irá monitorar e, principalmente, denunciar as práticas nada responsáveis do desmatamento na Amazônia!
Parabéns IMAZON pela iniciativa!
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