A Celulose Irani, de Santa Catarina, pertencente ao Grupo Habitasul, vai faturar 2,6 milhões de reais por simplesmente investir na redução da emissão de gases de efeito estufa. A empresa, que conseguiu no início deste mês o Certificado das Reduções da Organização das Nações Unidas (ONU), vendeu um primeiro lote de Créditos de Carbono para a Shell. A operação — a primeira de uma brasileira do setor de celulose e papel e a segunda do mundo neste segmento — ocorre dentro das regras do Protocolo de Quioto, que criou os citados créditos de carbono.
A redução das emissões resulta de um projeto de cogeração de energia elétrica, em que a empresa substituiu o combustível fóssil em suas caldeiras por resíduos florestais. O Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), como designa o Protocolo de Quioto, permite que uma empresa de um país que não precisa reduzir suas emissões — como o Brasil — venda créditos gerados pela diminuição das emissões de gases como dióxido de carbono (CO²) e metano.
O MDL da empresa — a 13ª maior do setor de celulose e papel segundo o Anuário EXAME Melhores e Maiores 2006 — proporcionará a redução de 3,702 milhões de toneladas de dióxido de carbono equivalente nos próximos 21 anos. Caso feche contratos semelhantes ao assinado com a Shell pelos próximos 20 anos — e com a mesma cotação da tonelada de CO² —, a companhia poderá faturar um total de 52 milhões de reais até 2027.
O valor — provavelmente subestimado, em razão de o preço da tonelada de CO² vir se valorizando — corresponde a mais do que o dobro do gasto pela companhia para realizar o projeto. A usina à base de biomassa, implantada na fábrica de papel em Vargem Bonita, município de Santa Catarina, custou 22,5 milhões de reais. "Operações como essa são muito interessantes para a empresa porque ajudam a viabilizar projetos ambientais que, via de regra, não teriam um bom retorno econômico", afirma o diretor-superintendente da Irani, Péricles Pereira Druck.
Parabéns Celulose Irani por tão nobre e responsável iniciativa que servirá de exemplo para outras empresas!
Fonte: Portal Exame (04/09/06)
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