Depois de 2 anos de investigação, a Polícia Federal deflagrou - em conjunto com a Secretaria de Receita Federal a operação batizada de OPERAÇÃO DILÚVIO que está sendo considerado "o maior esquema já constatado de fraudes no comércio exterior brasileiro". Até a tarde do dia último dia 16, mais de 70 pessoas já haviam sido presas.
Esta organização criminosa é suspeita de haver sonegado mais de R$ 500 milhões em impostos aduaneiros - aqueles que são devidos para todos os produtos importados - e já teve como clientes a butique de luxo Daslu e Law Kin Chong, apontado pela PF como um dos maiores contrabandistas do Brasil.
Também entre as empresas que receberiam mercadorias do esquema estão o Shoptime (canal de TV e site de venda de produtos), a Via Veneto (que vende roupas) e a Cil Informática. No total, cerca de 24 grandes empresas comercializariam os produtos irregulares, entretanto ainda não se sabe se esta recepção de mercadoria era sem conhecer o esquema fraudulento ou por total falta de ética mesmo.
A Operação Dilúvio envolveu 950 policiais federais e 350 servidores da Receita que executam 118 mandados de prisão e 220 mandados de busca e apreensão em oito Estados (Paraná, Santa Catarina, São Paulo, Bahia, Rio de Janeiro, Pernambuco, Ceará e Espírito Santo). Trata-se da maior operação conjunta da Receita e da PF entre as 45 realizadas desde 2002.
O esquema permitiu a importação de aparelhos eletrônicos, equipamentos de informática e telecomunicações, pneus, equipamentos de ortopedia e luvas cirúrgicas, frutas, embalagens plásticas, tecidos e vestuários, pilhas e baterias, carros e motos, vitaminas e complementos alimentares, produtos de perfumaria, entre outros. Os principais clientes estão localizados nos Estados do Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro e Pernambuco. As investigações mostram que as empresas do grupo importaram mais de R$ 1,1 bilhão nos últimos quatro anos. Considerando que os valores declarados provêm de um subfaturamento em média de 50%, pode-se estimar uma sonegação de tributos federais aduaneiros em mais de R$ 500 milhões, sem levar em conta outros tributos como ICMS, IPI, PIS, Cofins e Imposto de Renda.
Estudo realizado pelo Ministério do Desenvolvimento demonstra que para cada R$ 1 bilhão em exportações há a necessidade da criação de 40 mil empregos. Inversamente, tendo em conta que a sonegação da organização criminosa foi de R$ 500 milhões, indiretamente deixaram de ser criados cerca de 20 mil empregos no Brasil.
O quadro societário das empresas envolvidas no esquema é constituído por pessoas sem aparente capacidade econômico-financeira ('laranjas'), vinculadas ao grupo. Também ficou demonstrado que o grupo tinha estrutura para atender a um variado perfil de clientes, desde aqueles de menor expressão econômica a grandes distribuidores de marcas conhecidas no mercado.
Até onde vai chegar a falta de ética no Brasil?
Um comentário:
meu deus , cara... até onde isso vai chegar??
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