Os transgênicos são organismos geneticamente modificados (OGM), ou seja, são produtos acrescidos de um novo gene ou fragmento de DNA para que desenvolva uma característica específica, como mudanças do valor nutricional ou resistência a pragas.
Ainda existe muita polêmica em torno dos transgênicos no mundo todo, principalmente na Europa e aqui no Brasil, países contrários a este tipo de produto em função dos prováveis riscos econômicos, sociais e ambientais.
Os defensores dos OGMs alegam que a biotecnologia tem o poder de potencializar a produção de alimentos reduzindo a quantidade de brasileiros afetados pela fome.
Na outra ponta, estão os críticos aos alimentos transgênicos compostos por ambientalistas, cientistas e organizações não-governamentais que apontam inúmeros efeitos negativos à saúde humana e ao meio ambiente, os quais muitos ainda são desconhecidos.
Entretanto, por trás desta disputa está um promissor e estratosférico mercado. Há cinco anos o valor do mercado global de cultivos transgênicos foi de US$ 4,25 bilhões e a área mundial de culturas transgênicas era de 58,7 milhões de hectares, crescimento 10% superior em relação a 2001, segundo estimativas da instituição americana ISAAA (Serviço Internacional para a Aquisição de Aplicações de Agrobiotecnologia)
No Brasil, a Lei de Biossegurança regulamentou a produção e comercialização de organismos geneticamente modificados, definindo que a CTNBio (Comissão Técnica Nacional de Biossegurança) – órgão ligado ao Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) deve analisar tecnicamente o pedido para o plantio dos transgênicos e um conselho de 11 ministros analisa a permissão ou não para a comercialização desses produtos.
A soja transgênica da gigante americana Monsanto já foi aprovada pela CTNBio e há anos está sendo produzida e comercializada no país e até exportada para aqueles países que não imputaram restrições a este controverso produto. Segundo alguns críticos aos OGMs, a soja transgênica da Monsanto recebeu genes de duas bactérias, um vírus e uma flor para se tornar resistente ao agrotóxico Roundup, da própria Monsanto.
Como sempre procedemos, o CEO da Monsanto, Alfonso Alba, foi procurado e nos enviou o posicionamento da companhia por intermédio de mensagem assinada por Lúcio Pedro Mocsányi, Diretor de Comunicação. Veja a íntegra abaixo:
Recebemos a mensagem de vocês e abaixo segue a posição da empresa sobre os assuntos que você nos questionou. Pedimos desculpas pela demora na resposta desta vez, mas sempre que for preciso, estaremos abertos para esclarecer as dúvidas de vocês com a maior brevidade possível.
A Monsanto desenvolveu a soja Roundup Ready®, geneticamente modificada para ser tolerante a herbicidas à base de glifosato, com o objetivo de controlar de forma mais eficaz e segura o crescimento de plantas daninhas que competem com a cultura principal. Desta forma, os herbicidas à base de glifosato têm efeito somente no mato, sem afetar o desenvolvimento da soja. Seu cultivo e comercialização estão aprovados, hoje, em nove países: Estados Unidos, Argentina, Paraguai, Canadá, Uruguai, Romênia, África do Sul, México e Brasil.
Para seu desenvolvimento, a soja Roundup Ready® recebeu o gene cp4 EPSPS, proveniente de espécies de bactérias comumente encontradas em diversos tipos de solos, portanto um gene abundantemente encontrado na natureza. Este gene codifica a enzima EPSPS, responsável pela tolerância ao glifosato, que é um princípio ativo comum em herbicidas amplamente utilizados na agricultura, sendo o menos tóxico e menos residual.
No Brasil, a soja RR, como é conhecida, já é cultivada legalmente desde a safra 2005/2006. A escolha pela variedade transgênica entre os agricultores é crescente pelos benefícios que sua cultura apresenta, como a facilidade de manejo, redução de custos e adequação ao sistema de plantio direto, com vantagens para o meio ambiente, como o controle da erosão, redução da compactação do solo e a economia de combustível, máquinas e mão-de-obra.
A tecnologia Roundup Ready® é patenteada pela Monsanto, ou seja, o pagamento pelo seu uso é o reconhecimento do direito de propriedade intelectual e dos estudos realizados para seu desenvolvimento, além de garantir a continuidade da pesquisa e de investimentos no País. Para se ter uma idéia, o investimento da Monsanto em pesquisas é da ordem de US$ 700 milhões por ano no mundo todo para diversas áreas e tecnologias e para que uma nova tecnologia possa ser comercializada, são necessários cerca de
É importante frisar que os produtores podem escolher entre plantar a soja convencional e a variedade transgênica. Além disso, reforçamos que não há dependência à tecnologia, uma vez que a soja é uma espécie predominantemente autopolinizável e, portanto, inviabiliza a possibilidade de cruzamento com outras plantas de soja ou de qualquer outra espécie de culturas vizinhas ou safras posteriores. Outra garantia é que o glifosato, substância a que a soja RR é tolerante, é um herbicida que se degrada naturalmente no solo após ser aplicado, sem deixar resíduo, evitando, inclusive, a contaminação de lençóis freáticos.
Outra empresa ainda não teve a mesma sorte! Uma das mais importantes empresas globais do segmento químico-farmacêutico, a alemã Bayer, viu seu milho transgênico Liberty Link ser aprovado pela CTNBio do MCT, porém a Justiça brasileira barrou sua liberação, aceitando os argumentos de especialistas os quais alegam que o milho da Bayer surgiu do cruzamento com uma bactéria, para também ser resistente a um agrotóxico da própria Bayer.
Da mesma forma, Horstfried Läpple, CEO da Bayer no Brasil foi contatado pelo Blog Ética nos Negócios, porém até a publicação deste post não havíamos recebido nenhum tipo de contato.
O Ministro da Ciência e Tecnologia, o Profº Drº Sérgio Machado Rezende, através de sua assessoria de imprensa, nos enviou o Relatório da CTNBio com os pareceres técnicos dos conselheiros que resultou na aprovação do plantio e da comercialização do milho transgênico da Bayer, mas que só poderá acorrer se a Justiça assim entender.
De acordo com o Greenpeace - ferrenha ONG com atuação global e também defensora dos produtos livres de transgênicos - um Decreto Federal tornou obrigatória a rotulagem com um "T preto dentro de um triângulo amarelo" em todos aqueles produtos que possuem acima de 1% de ingredientes transgênicos em sua composição. Este documento determina ainda que o símbolo deve estar localizado na parte da embalagem que fica diretamente voltada para o consumidor com um tamanho de no mínimo 0,4% dessa superfície.
Segundo o Greenpeace, como nenhuma ou pouquíssimas empresas tem a transparência de rotular seus produtos geneticamente modificados, esta instituição criou o Guia do Consumidor - Lista de Produtos COM e SEM Transgênicos com o objetivo de conscientizar os consumidores brasileiros sobre os riscos dos OGMs e indicar na Lista Vermelha as empresas que comercializam este tipo de produto e na Lista Verde àquelas que não comercializam.
E você é a favor ou contra os transgênicos (OGM)?
Um comentário:
Em meio a tantas opiniões ficamos em dúvidas mas sou contra devido a naturalidade dos alimentos está se perdendo.
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