quinta-feira, 19 de julho de 2007

Será que agora haverá mudanças?

Este post foi escrito com uma mistura de sentimentos. Tristeza pelas vidas perdidas e pelo sofrimento dos familiares. Revolta por não ter sido feito nada para que pudesse ser evitada mais esta tragédia anunciada. Vergonha de viver num país onde os Inimigos do Brasil e seus partidos-quadrilhas estão mais preocupados com seus próprios e ambiciosos interesses do que com os anseios, necessidades e a satisfação da sociedade. E, esperança de que agora as coisas devem mudar.

As notícias de mais um grave acidente aéreo no pais, me fez recordar 1.994. Era um final de semana com corrida de Fórmula 1. Mas, seria diferente de todos que, especialmente, nós brasileiros, estávamos acostumados. Um acidente fatal nos treinos livres de sexta-feira não foi suficiente para alertar as autoridades e muito menos as pessoas ligadas ao circo da F1 de que algo estava errado e poderia haver a necessidade de cancelar a competição de domingo... Pelo contrário, os envolvidos diziam: Não! É apenas uma fatalidade! O risco de um esporte de altíssima velocidade! Como? São milhões e milhões de dólares em jogo!

No dia seguinte, outro acidente nos treinos classificatórios, agora era a vez do piloto brasileiro Rubens Barrichello... E, também não mudou, absolutamente, nada!

No domingo, novo acidente fatal. A vítima: Ayrton Senna do Brasil... Precisou ser interrompida a carreira e a vida do maior piloto de Formula 1 que o mundo já viu (e verá) para que mudanças significativas fossem aceitas, analisadas e implementadas. Foram investidos milhões de dólares e ainda continuam sendo gastos outros milhões todos os anos para manter a segurança dos pilotos por intermédio de melhorias nas pistas e nos próprios bólidos cada vez mais velozes e furiosos.

Não é de hoje que a aviação nacional está dando sinais de alarme e o que é pior, parece existir uma semelhança com a história daquele trágico final de semana de 1994...

Há alguns anos, um avião da TAM caiu nos arredores de Congonhas, logo após a decolagem, matando todos os seus passageiros e tripulantes. Apesar da região ser forrada de residências, graças a Deus, a tragédia não teve proporções maiores.

As autoridades e pessoas envolvidas disseram: É uma fatalidade! O risco inerente à aviação! Problemas técnicos com o reverso! Etc... Etc... Etc... E, nada foi feito!

Há menos de um ano, um avião da GOL caia na floresta amazônica por problemas ligados a falta de investimentos em infra-estrutura para suportar o crescimento sustentado do setor aéreo nacional. E, mais uma vez, nada foi feito!

De lá para cá, a aviação vive um freqüente e aceito caos.

No início da noite da última terça-feira, mais um grave e trágico acidente o qual já pegou para si o título de maior acidente da história da aviação brasileira... E, esperamos que agora já seja suficiente para que haja profundas e necessárias mudanças as quais deverão ser aceitas e colocadas em prática por governos (independente dos partidos políticos), por empresas e por todos os usuários.

Aos governos caberá, além de ouvir toda a sociedade na busca de soluções enérgicas e implementáveis no curto prazo, investir milhões e milhões de reais em infra-estrutura no médio e longo prazos. As empresas a missão de assumir algum tipo de prejuízo com as imperiosas e urgentes mudanças. E, aos passageiros, se colocar no lugar das famílias das vítimas deste acidente e aceitar perder um pouco mais de tempo e conforto, se sacrificando com o embarque/desembarque em Cumbica ou no ocioso Viracopos para desafogar e dar total segurança às operações de pousos e decolagens no aeroporto de Congonhas.

Ora, uma vida humana é mais preciosa do que tudo isso ou não é? E quanto vale a de duzentas?

Isto, é o mínimo que pode e deve ser feito! Ou precisará ocorrer o próximo maior acidente da história da aviação do Brasil para que seja realizada alguma mudança?

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