quarta-feira, 4 de julho de 2007

O lado podre do etanol

O etanol é um combustível renovável e poderá ser uma excelente alternativa para o planeta em tempos de aquecimento global...

Ora, isso todo mundo sabe! É verdade... Porém, o que o mundo não sabe é o que diversas empresas do setor sucroalcooleiro - que dão ao país o título de líder na tecnologia do etanol extraído a partir da cana-de-açúcar – fazem para conseguir produzir esse combustível responsável.

Esta semana, uma fiscalização do Ministério do Trabalho flagrou mais de mil cortadores de cana-de-açúcar submetidos a condições subumanas de trabalho nos canaviais do município de Ulianópolis (PA), que dista 417 km de Belém, pertencente a Pagrisa – Pará Pastoril e Agrícola S/A, a maior produtora de álcool do estado do Pará e que este ano completa 40 anos de atividade.

Este foi o maior resgate de trabalhadores-escravos da história do país. Sim escravos, pois funcionários alojados em quartos apertados e malcheirosos, amontoados um sobre os outros; esgoto despejado na represa usada pelos trabalhadores para lavar roupas e tomar banho; falta de banheiros e de espaço adequado para as refeições; além de "salário" de R$ 10 por mês, só podem ser considerados escravos.

Segundo a Procuradoria Geral do Trabalho (PGT), a Pagrisa, além de pagar multa rescisória aos trabalhadores no montante de R$ 1,8 milhão, poderá responder também por processo de Dano Moral Coletivo na Justiça do Trabalho.

Este é o lado podre do etanol... O governo tem que combater e punir com rigor, antes que usinas irresponsáveis enterrem as gigantescas perspectivas econômicas e sociais que o desenvolvimento do mercado global de etanol irá trazer ao Brasil.

- Veja o post Modelo de Gestão no Mercado de Etanol da Usina Coruripe

- Saiba mais sobre o combate ao trabalho escravo no site da OIT Brasil

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