segunda-feira, 6 de agosto de 2007

Que saudade da época do "Fio do Bigode"

Não é de hoje que o prestígio, as perspectivas futuras, principalmente jogar no exterior, e o dinheiro são as únicas metas profissionais da grande maioria dos jogadores de futebol em todo o mundo.

E isso não é diferente na seleção brasileira. Vestir a camisa por amor ao país era um prática corriqueira de um passado distante.

O que não poderíamos imaginar é que esta retórica também valesse para a Confederação Brasileira de Futebol (CBF), comandada pelo polêmico Ricardo Teixeira.

A seleção brasileira é patrocinada pela Nike, Vivo e pelo Guaraná Antarctica da Ambev. E estas empresas também colocam suas marcas nos uniformes dos jogadores e de toda a comissão técnica.

Em 2004, a CBF assinou contrato de patrocínio com a Vivo no valor total de R$ 80 milhões pelo período de 10 anos, ou seja, o término deste instrumento se dará no final de 2.014, após a Copa do Mundo de Futebol aqui no Brasil... Essa é a nossa torcida e provavelmente deva ser o motivo pelo qual a CBF tenta voltar atrás nesta negociação (?!?) refletida num contrato assinado entre as partes.

A CBF entrou na Justiça para quebrar este contrato. As especulações do mercado dão conta de que a instituição máxima do futebol brasileiro “percebeu que o valor acertado com a Vivo é baixo porque o patrocínio vai até o final de 2.014”.

O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) manteve a decisão anterior que impede a CBF de quebrar o contrato com seu patrocinador. A CBF alega que vai recorrer desta decisão.

Há décadas, surgiu a expressão no FIO DO BIGODE que precedeu o lacre, a assinatura e a rubrica. Consistia em dar em garantia da palavra empenhada um fio da própria barba, retirado em geral do bigode. De origem controversa, bigode pode ter vindo da antiga expressão germânica pronunciada nos juramentos: “bi Gott”, ou “por Deus”.

Mesmo assim, durante décadas, representou os negócios fechados sem nenhum documento assinado, somente com a palavra do homem. Hoje, esse tipo de negócio também ficou lá no passado... Infelizmente, depois de dada a palavra, apertado as mãos e sacramentado um contrato, com firma reconhecida e registrado em cartório, muitos pessoas, empresas e instituições entram na justiça para se livrar do compromisso assumido.

Que saudade da época do fio do bigode!

Que saudade da época em que a palavra de um homem era sinônimo de honra, de honestidade e de integridade ética de conduta!

Que saudade da época em que a palavra de um homem valia mais do que tudo!

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