terça-feira, 21 de agosto de 2007

A Caixa é ouro

O primeiro Jogos Parapan-americanos foi realizado em 1.967 em Winnipeg (Canadá) com a participação de 6 países disputado somente por atletas em cadeira de rodas. Até 1.995, foram realizadas outras nove edições da competição.

Em 1.999, a Cidade do México foi palco dos primeiros jogos com a marca do Comitê Paraolímpico Internacional, ganhando o nome de I Jogos Parapan-americanos com a participação de 18 países, quase 1.000 atletas portadores de necessidades especiais disputando quatro modalidades esportivas. O Brasil ficou em segundo lugar com 180 medalhas, sendo 92 de ouro.

Em 2.003, foi a vez da cidade argentina de Mar del Plata receber 1.300 atletas de 22 países. O Brasil manteve a segunda posição no quadro geral de medalhas, ficando com 165 medalhas, sendo 81 de ouro.

Este ano, a cidade maravilhosa recebeu mais de 1.300 atletas de 25 nacionalidades e que disputaram 10 modalidades durante a realização da 3ª edição dos Jogos Parapan-americanos e desta vez o Brasil fez mais bonito ainda. Ficou no topo do pódio com a conquista histórica de 228 medalhas, sendo 83 de ouro.

Neste cenário vitorioso, a Caixa Econômica Federal, um dos maiores bancos do país, merece medalha de ouro também, pois foi a “patrocinadora exclusiva” do Parapan Rio 2007.

Procurada pelo Blog Ética nos Negócios, a CEO da Caixa, Maria Fernanda Ramos Coelho, declarou:

"A quantidade de medalhas conquistadas no Parapan Rio 2007 mostra a evolução dos nossos atletas. Eles estão superando as nossas expectativas e acredito que muitas medalhas ainda virão em outras competições. Tudo é resultado de muito empenho deles e também do apoio da CAIXA que, além do patrocínio oficial aos III Jogos Parapan-americanos Rio 2007 e ao Comitê Paraolímpico Brasileiro, as Loterias CAIXA - as quais têm o intuito de reafirmar o papel das Loterias Federais como incentivadoras de causas sociais, promovendo a valorização da diversidade e o resgate da cidadania de milhares de atletas portadores de deficiência - também repassam 2% do total que arrecadam com a venda de apostas para instituições ligadas ao esporte olímpico e paraolímpico. De 2003 a junho de 2007, o repasse já atingiu a cifra de R$ 55,2 milhões".

Contudo, apesar do país possuir 24,5 milhões de pessoas portadoras de necessidades especiais (PPNE), segundo o censo 2000 do IBGE, as demais empresas (Petrobras, Sadia, Cerveja Sol, Olympikus e Oi) que como a Caixa patrocinaram os Jogos Pan-americanos, decidiram não apostar suas fichas num evento de pouca cobertura da mídia nacional.

Alguém sabe explicar o por que desta diferença? Ou será indiferença?

Não seria uma louvável atitude se o Comitê Olímpico Brasileiro (COB) juntamente com o Comitê Paraolímpico Brasileiro (CPB) só aceitassem patrocinadores dispostos a apoiar os dois eventos?