No Brasil, dentre as empresas formais - aquelas que atuam dentro da legalidade e pagam seus impostos - a esmagadora maioria pertence a categoria de Micro e Pequena Empresa e foram as que menos reduzuram os salários de seus colaboradores. (Outro dia falaremos mais sobre a importância deste tipo de empresa para o desenvolvimento de um país e para a geração de empregos como também da formalidade empresarial).
De acordo com os dados do CEMPRE - Cadastro Central de Empresas, divulgados no mês passado pelo IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o salário médio pago aos trabalhadores brasileiros era de R$ 979,24 em 2000 e passou para R$ 916,52 em 2004, com redução percentual de 6,4% neste período.
Segundo esse estudo, a redução ocorreu de forma mais intensa nas Grandes Empresas (de 100 ou mais colaboradores) onde os salários reais caíram 7,7%. Já nas Médias Empresas (entre 30 a 99 funcionários) a queda salarial foi de 3,1% e nas Micro e Pequenas Empresas (com até 29 empregados) a redução foi de apenas 0,2%.
Os números parecem insignificantes para o Cidadão-Assalariado, porém se utilizarmos o valor da redução nominal do salário médio (R$ 62.72) e multiplicarmos pela População Economicamente Ativa (PEA) no Brasil em 2004 (92,8 milhões de pessoas) se chegará ao estratosférico valor de R$ 5,8 bilhões - algo em torno de 0,3% do PIB - ou seja, valor que deixou de ser pago e movimentado pelos trabalhadores na economia nacional, ficando no cofre de empresários e no bolso de acionistas.
É evidente que estes números não espelham a atuação responsável da maioria das empresas, mas sim a média ponderada, nos indicando o quanto a Cidadania Corporativa tem que avançar em nosso país.
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